terça-feira, 16 de novembro de 2010

Depois da aula... [1]

Esta noite tive a oportunidade de assistir "Cidadão Boilesen", do diretor Chaim Litewski, durante a aula de Documentário Cinematográfico. Não sabia da existência desse filme. Em linhas gerais, o doc de 1h30 detalha a macabra relação do industrial Henning Boilesen com o governo militar brasileiro. Boilesen foi o responsável por mediar as negociatas entre generais e empresários, para a criação e subsídio da Operação Bandeirante, uma ação do regime militar para "silenciar" a atividade "subversiva" da época. Desde 1994 o diretor realiza um trabalho investigativo de magnífica qualidade, que resultou num dos melhores documentários brasileiros.

Sem dúvida a obra documental cumpriu seu papel crítico e informativo. Mas fiquei perplexo com a apatia que pairou na Sala Aruanda ao término da exibição. Foi como se uma hora e meia de informação entrasse pelos olhos e ouvidos e saissem nos bocejos que se seguiam. Não é de se admirar que o cenário das comunicações, especialmente na Paraíba, carregue consigo marcas de uma formação medíocre, sem o compromisso que deveria ter. O Departamento de Comunicação está sufocado pelo marasmo.

O filme está disponível para download em torrent, no blog Documentários de Verdade.

Segue o trailer.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Diagnóstico da mídia paraibana - Diários Associados



DIÁRIOS ASSOCIADOS

http://www.diariosassociados.com.br/home/conteudo.php?co_pagina=44

Prestes a completar 85 anos em 2009, os Diários Associados se consolidaram como um dos mais importantes conglomerados de comunicação de massa do Brasil e da América Latina – são dezenas de jornais, emissoras de rádio e TV, revista, sites e portais de internet, a Fundação Assis Chateaubriand e também outras empresas.

A história do grupo está, ao mesmo tempo, interligada à da modernização da comunicação no Brasil, bem como à própria história do País, tal o envolvimento dos Diários Associados nos fatos que marcaram nossa sociedade nessas dezenas de anos.

Ousadia, modernidade e espírito nacionalista inspiraram o jornalista Assis Chateaubriand a dar origem, em 1924, aos Diários Associados, lançando veículos de comunicação Brasil afora, que são, até hoje, referência de qualidade e de compromisso com a boa informação.

São exemplos O Jornal, o primeiro veículo do Grupo; a revista de circulação nacional O Cruzeiro, até hoje um case referencial na imprensa; a rádio e a TV Tupi, a TV Cultura, a Rede Clube Brasil de Rádio, os jornais Estado de Minas (MG), Correio Braziliense (DF), O Imparcial (MA), O Norte (PB), Diário de Natal (RN), os novos jornais Aqui, AQUI-DF, Aqui Maranhão e Aqui PE, Jornal do Commercio (RJ) e Diário de Pernambuco (estes dois últimos são os mais antigos em circulação no País), a TV Brasília (DF), a TV Borborema (PB), a TV Alterosa (MG), os portais de internet UAI, CorreioWeb, DN Online, O Norte Online, Pernambuco.com, entre outros importantes veículos de comunicação de massa.

Pioneirismo é uma outra característica marcante que Chateaubriand empregou ao grupo.

Seus jornais mudaram a forma de se fazer jornalismo no Brasil, priorizando a preferência popular e a defesa dos interesses nacionais. Foram, também, os primeiros a serem impressos em off-set, e seu design gráfico e conteúdo editorial têm assegurado, até hoje, premiações nos mais diversos fóruns especializados. O compromisso com o consumidor da informação sempre foi especial, tanto que alguns jornais do grupo chegavam a ter, há algumas décadas, várias edições diárias, de modo a levar notícias atualizadas ao público; outros lançaram os primeiros anúncios classificados e anúncios publicitários, estabelecendo um novo padrão de comunicação vigente até o presente.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Diagnóstico da mídia paraibana - Sistema Arapuan




SISTEMA ARAPUAN DE COMUNICAÇÃO
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Arapuan_de_Comunica%C3%A7%C3%A3o

O Sistema Arapuan de Comunicação é uma rede de comunicação com sede em João Pessoa. Conta com emissoras de televisão e estações de rádio espalhadas pela Paraíba.

A rede foi fundada em 1978 com a estreia da Arapuan FM, logo após a Tambaú FM (Atual Sucesso FM) que operava na frequencia 92,9 passou a compor a rede. Em 2004 a rede passa a ser mantenedora da Fundação Virginius da Gama e Melo, dona da TV Miramar e Miramar FM. Em 2008, o sistema ganha uma concessão para televisão comercial assinado por Hélio Costa, criando assim a TV Arapuan, afiliada da RedeTV!. O Sistema Arapuan faz parte do Grupo Arapuan, que ainda conta com uma produtura de shows, a casa de eventos Forrock e o portal de notícias paraiba.com.br.

Diagnóstico da mídia paraibana - Sistema Correio


SISTEMA CORREIO DE COMUNICAÇÃO
http://www.portalcorreio.com.br/tv/institucional.asp

Afiliada da Rede Record, a TV Correio leva ao telespectador uma programação versátil que atinge os mais diversos públicos, garantindo altos níveis de audiência. Recente pesquisa do IBOPE confirmou que a TV Correio detém o 1º lugar geral das 12:00h às 14:00h, horário em que a média de audiência dos programas Correio Esportes, Correio Verdade, Correio Debate, Sabor da Terra e Mulher Demais é maior que a dos seus concorrentes.

Além disso, a TV Correio também é primeiro lugar em programação local com mais de 90 horas mensais de informação em tempo real, com a maior equipe de externas e o apoio de uma moderna unidade móvel..

Com novíssimas câmeras digitais e ilhas de edição não-linear, a TV Correio também se consolida como a emissora que mais investe em tecnologia, sendo a primeira e única com transmissão via satélite na Paraíba, permitindo que seu sinal esteja disponível para todo o Estado.

Diagnóstico da mídia paraibana - Grupo Marquise


GRUPO MARQUISE
http://www.marquise.com.br/t1.aspx?id=183

Em 1974 foi fundada a Construtora Marquise, origem do Grupo Marquise. Empresa de visão, fundada na qualidade e superação das expectativas dos clientes, logo superou também as fronteiras geográficas e diversificou suas atividades. Hoje o grupo atua em 17 estados brasileiros, em 5 segmentos: Construção Civil, Ambiental, Finanças, Hotelaria e Comunicação. Esta trajetória é marcada pelo constante aprimoramento e compromisso com a qualidade em seus produtos e serviços.

A qualidade dos serviços e produtos do Grupo Marquise é o resultado de um modelo empresarial que investe constantemente no aperfeiçoamento de seus processos. Isto só é possível através de um moderno sistema de gestão pela qualidade total, acompanhado do incentivo ao desenvolvimento humano e tecnológico. O resultado são mais de 3.000 colaboradores qualificados para atender de 8,5 milhões de pessoas, proporcionando qualidade de vida com os produtos e serviços do Grupo Marquise.

Diagnóstico da mídia paraibana - Grupo São Braz

GRUPO SÃO BRAZ
http://www.saobraz.com.br/institucional/apresentacao.jsp

A São Braz foi fundada por José Carlos da Silva, em 1951, no estado da Paraíba. No decorrer de sua história, ampliou continuamente sua oferta de alimentos. Já em 1959, os consumidores encontravam no mercado uma grande variedade de produtos da marca. Na década de 60, seu setor fabril, antes instalado na cidade de Campina Grande, foi centralizado na filial de Cabedelo, atualmente uma das mais modernas unidades fabris da América Latina, em que trabalham mais de 1000 funcionários.

A São Braz representa a oitava torrefação do país, com uma produção anual de aproximadamente 200 mil sacas de café, o equivalente a 1200 toneladas/ano. Detém tecnologia própria para "blendar" o café, de acordo com o padrão de cada grão e após a torra, o que aumenta a qualidade e acentua o aroma e o sabor da bebida. Com lançamentos de produtos em intenso ritmo e em diversos segmentos do mix da indústria, a marca chega a quase todas as grandes redes de supermercados do país. A São Braz compete com gigantes multinacionais e sempre busca novos nichos com a qualidade e a reputação comprovadas por sua tradição.

O posicionamento da marca é reforçado por campanhas institucionais de peso. Como as ações com o ator Reynaldo Giannecchini; a promoção "Pippos Vitaminado e Premiado", que entregou cerca de 1000 prêmios em MP3, mochilas e relógios de pulso; e da aliança firmada com a Panasonic do Brasil, líder mundial nas áreas de desenvolvimento e fabricação de produtos eletrônicos, no tema do Flocão Novomilho que sorteou um total de 2000 aparelhos de micro-ondas Panasonic para os consumidores dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas.

A São Braz acaba de adquirir o licenciamento do desenho animado Padrinhos Mágicos, exibido no Canal Jetix, no Disney Channel e na Rede Globo, como propriedade da Nelvana e produção da Disney, para ilustrar as embalagens dos cereais matinais de marca própria Carrefour em todo o Brasil.

Empresa premiada por sua qualidade e comprometida com o social, a São Braz conquistou sua credibilidade pelos anos de dedicação à satisfação de seu consumidor, tornando-se competitiva por produzir alimentos com padrão internacional.

domingo, 7 de novembro de 2010

Sobre os Conselhos Estaduais de Comunicação Social



“O princípio básico é a comunicação...” – Parte II

Como dito anteriormente, a filtragem da informação de acordo com os interesses das empresas de comunicação é uma prática recorrente neste meio. Na verdade este é o sentido da existência dos meios de massa, que como toda empresa privada busca defender seus próprios negócios. O que deveria ser um espaço de prestação de serviços públicos, lógica atribuída às concessões públicas, está cada vez mais a serviço da lógica do capital. Ou seja, transformaram a informação numa mercadoria carregada de interesses e intenções claras.

Cabe, portanto, apresentar aqui algumas sugestões que podem colaborar na ampliação do acesso da população ao processo de produção de conteúdo, tendo em vista que à esta população destinam-se a maior parte dos conteúdos gerados e difundidos pela grande mídia.

Enquanto o Brasil era envolvido pelo pleito eleitoral e a mídia assumia o papel de porta-voz da informação deste processo, algumas Assembléias Legislativas pautaram em suas sessões a criação dos Conselhos Estaduais de Comunicação Social. Na Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Maranhão, Ceará, São Paulo e Piauí, os deputados apresentaram projetos que normatizam a criação destes Conselhos.

Idealizado inicialmente nos fóruns de discussão da I Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro de 2009, em Brasília, o projeto embasa a criação de um Conselho Estadual de Comunicação Social composto por sete representantes do poder público (Secretaria da Casa Civil, Secretaria de Cultura, Secretaria de Ciência e Tecnologia, Secretaria de Justiça, Assembléia Legislativa, Ministério Público Federal e Escolas de Comunicação Social), oito representantes da sociedade civil / produtores e difusores (Empresas de rádio, Empresas de televisão, Empresas de jornais e revistas, Empresas de mídia exterior, Associações de empresas, Veículos não-comerciais, Agências de publicidade e Produtores de cinema) e dez representantes da sociedade civil / trabalhadores e consumidores (Sindicato dos Jornalistas, Professores dos cursos de Comunicação Social, Três representantes da sociedade organizados em entidades de comunicação/cultura, Movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Movimento de Mulheres, Movimento de Pessoas com Deficiência, Movimento Negro ou de Povos Indígenas e Movimento de Juventude).

O projeto sugere a participação de 25 membros, com respectivos suplentes, que terão o papel de observar a produção da informação por dentro da estrutura midiática e através de discussões, consultas e estudos propor ações que visem o aperfeiçoamento de uma política estadual de comunicação social, com base nos princípios democráticos que devem reger uma sociedade republicana.

No momento em que o debate toma fôlego e começa a ser suscitado nos demais estados brasileiros, a mídia inicia um movimento contrário a ascensão dos Conselhos, fragmentando o projeto, enquadrando-o como uma forma de censura e afirmando ser anticonstitucional.

Ora, como visto anteriormente o Conselho é composto por todos os segmentos da sociedade: poder público (regulador), setor privado (produtor) e população (consumidor). Não se trata aqui de censurar os meios, mas regulamentar suas atividades de acordo com parâmetros definidos por representantes destas três esferas. Afinal, a lógica da concessão pública é:


sábado, 6 de novembro de 2010

“O princípio básico é a comunicação...” – Parte I


O músico paraibano Escurinho acertou ao definir a comunicação como princípio básico das relações humanas. No entanto, além da natural capacidade comunicativa do homem, a comunicação a qual se refere o artista implica muito mais nos processos comunicativos contemporâneos, executados através da mídia de massa incumbida de produzir e difundir subjetividades para satisfazer determinadas finalidades.

O século XX evidenciou que as estruturas de poder (culturais, sociais, econômicas e políticas) assimilaram o potencial da comunicação de massas e passaram a recorrer cada vez mais a esta ferramenta para fortalecer seus objetivos e, mais do que nunca, a conservação desta estrutura. Além da manutenção da situação, ao apoderar-se dos meios de comunicação de massa, a estrutura de poder pôde facilmente desestruturar quaisquer possibilidades de ameaça ao sistema vigente. O sociólogo francês Philippe Breton vai além e aponta que a relação entre política e comunicação, por exemplo, proporcionou o desenvolvimento de técnicas de convencimento e, sobretudo, de manipulação das massas.

Desde a nostálgica era do rádio aos sistemas contemporâneos de televisão e imprensa escrita, o desvio midiático exerce um arriscado papel de filtragem da realidade. No processo iniciado a partir de um acontecimento e finalizado no momento de sua publicação, o filtro midiático atua corriqueiramente sobrepondo a valorização da realidade. É temerário assistir a mutação dos fatos de acordo com os interesses dos meios de comunicação, até que se transformem em notícia.

A percepção desta problemática no final da década de 1980, discutida por teóricos e estudiosos da Comunicação Social, suscitou a possibilidade de uma participação popular no acompanhamento do conteúdo gerado pelos meios de comunicação. Neste aspecto a população deixaria de ser um mero destinatário das informações, e passaria a participar do processo de construção e emissão da informação. Afinal, a informação que se pretende divulgar para um público certamente será mais bem recebida e respaldada quando este público acompanha a sua produção.

Essa lógica que sobrepõe o atual modelo de produção de conteúdo tomou as escolas de Comunicação Social do país e ganhou uma alcunha que ao tempo em que inspira ares democráticos, assombra e causa temor: estamos falando da democratização da comunicação.

(continua...)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A lógica das coisas

Toda ação humana corresponde a uma lógica. Nada é feito sem premeditação ou objetivo. As coisas não acontecem pela naturalidade do passar do tempo. A lógica das coisas corresponde a interesses coletivos ou individuais. E é essa lógica que define a história, a cultura, a economia e a situação de um homem ou de um povo.

Vamos discutir um pouco sobre a lógica das coisas.