segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Diagnóstico da mídia paraibana

Rememorando algumas postagens. Essa retrata as ramificações dos conglomerados da mídia paraibana, que se articule além dos meios de comunicação pra manter seus poderes.

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É mais fácil do que fazer bolo. E tem menos passos.

Se você ainda tiver alguma dúvida, dê uma lida nas edições dos últimos oito anos da revista Veja.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Areia: uma casa de arte


De 14 a 18 de setembro, a apaixonante cidade de Areia abrigou uma parcela representativa da produção artística da Paraíba. Aos moldes da peculiar arquitetura colonial, a cidade se transformou num verdadeiro solar das artes paraibanas, que destinou seus cômodos à instalação da programação do 12º Festival de Artes de Areia.

Coube, portanto, ao Festival, a função de servir como janela dessa edificação por onde se observou mais de uma centena de atividades ligadas à cultura da Paraíba. Apostando numa programação que representasse a produção artística e cultural do Estado, o Festival de Artes de Areia atraiu olhares para o interior da casa, ou seja, a produção paraibana.

Durante cinco dias, Areia foi ocupada por artistas, intelectuais e profissionais do campo da cultura. Mais de 650 participantes se deslocaram de vinte e seis municípios paraibanos para aquela que se constituiu o epicentro da diversidade cultural da Paraíba. Em pouco tempo as acomodações desta grande casa estavam lotadas.

Os salões e suas portas abertas receberam debates, exposições e reflexões sobre a cultura da Paraíba. Pelos corredores ouviam-se ecos ora convergentes, ora divergentes sobre os temas debatidos no Festival. O confronto de pensamentos ratificou o interesse da Secretaria de Estado da Cultura em promover importantes debates e avançar nas diferentes esferas do campo da cultura paraibana.

Mesmo num frio de 18 graus, as cozinhas esquentaram a ânsia do povo em devorar sons e texturas apresentadas nos palcos do Festival. Os olhares do público pareciam abocanhar as melodias de Zé Ramalho, Amazan e Genival Lacerda. Era visível o deleite com que o povo saboreava as canções consagradas pelos ilustres paraibanos.

Contudo, a magia maior era percebida quando, por exemplo, Cátia de França, Escurinho, Tadeu Mathias e Quinteto da Paraíba subiam aos palcos. Para alguns a sensação era como a de experimentar um novo tempero. No início o sabor de uma nova possibilidade gerava rostos desconfiados, comentários ao pé do ouvido, certa repulsa. Foi aos poucos que o paladar – até então domesticado com temperos recorrentes e massificados – começou a identificar o novo sabor. E gostou!

Nem mesmo as senzalas desta grande casa foram deixadas para trás. A nudez dos cativos de outrora deu espaço ao nu artístico das artes plásticas contemporâneas, transformando em prazer o espaço antes ocupado pela dor. Ocupar as senzalas foi, sobretudo, um gesto de trazer à luz a realidade por vezes omitida e esquecida nas histórias oficiais.

Nos alpendres da grande casa estavam os oito homenageados. Nada era feito ou dito sem que se repetisse o nome dos baluartes da cultura da Paraíba. Foram homenageados os artistas José Enoch, Ariano Suassuna, Vânia Perazzo, Fernando Teixeira, Genival Lacerda, Major Palito e Hermano José. O Festival também prestou homenageou ao Mestre Abel Martins, que faleceu duas semanas antes do evento.

Por fim, o Festival de Artes de Areia foi mais que uma janela. Foi, na verdade, a porta aberta para o acesso à arte, tão próxima na produção, mas distante na fruição. O povo de Areia deu vida ao Festival e, certamente, sem a participação da população de nada valeria este grande casario. A casa grande foi efetivamente ocupada pelo povo e, ao que tudo indica, de agora em diante as portas e janelas permanecerão sempre abertas.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Funjope seleciona 268 propostas para próxima edição do Circuito das Praças


MÚSICA
Adailton Pereira de Aguiar – Abiarap
Adeildo Vieira dos Santos - Show - Há Braços
Afonso Moreno Pereira – Quebra Queixo 
Ailton Vieira da Silva – Swing Nordestino
Alberto Tavares de Souza – Beto Tavares – Lançamento do CD Labirinto
Aldeni Marques de Carvalho – Aldo Marques e banda
Alessandro de Lima Santos – Ale da Guerra
Alex Antonio Abrantes  Marques da Silva – Dance Macabro
Alex Ferreira Batista – Banda Código 7
Alex Madureira Barros – Forró do Mundo
Alexandre de Assis Moura – Banda Pe de Coco
Aline Myrtes de Sousa Vieira – Banda Noskill
Anderson Filipe da Silva Oliveira – Divina Comédia Humana
André Antério de Lucena – Banda Cerva Grátis 
André Luiz Silva das Chagas – Egrégora
André Ricardo Pereira de Farias - Dona Tereza
Andrei de Meneses Targino – Banda Soturno
Angel Rios Freitas – Banda Xote da Fulô 
Anne Raelly P. Figueiredo – Deixe-se Levar
Antonio Fernando Ribeiro  Freitas – Nando Levy
Antonio Manoel Oliveira da Silva – Novos Compositores
Antonio Patativa – Madalena Moog 10 Anos
Antonio Trajano de Lira Junior – Banda Imaginantes
Antonio Victor da Silva – Sasquatch
Augusto César Camarotti – Banda Projeto Invisível
Bruno Alves da Silva Pereira – Red Butcher
Bruno Braga Bezerril – Banda Soulscreen
Bruno de Lima  Barreto Xavier– Banda Monstro
Bruno Sérgio Bezerra Guimarães – Banda Gauche
Carlos Alexandre da Silva  Cavalcante – Feito Brasa no Terreiro
Carlos Alexandre de França – Viverá Brasil
Carlos Antonio de Oliveira – Tony Leon
Carlos Antonio Vidal de Negreiros – Emanuel Américo e a Primeira Dimensão
Carolina Rodrigues Jordão – Banda Barbara
Clayton Rodrigues de Menezes – Clayton Barata e Soul Music
Cristiano Roberto de Oliveira – Tudo tem Viola
Cyran Costa Carneiro da Cunha – Orquestra de Violões da Paraíba
Daniel Pereira dos Santos – Banda Íris
David Bruno Silva Alves – Ubella Preta 
Demetrius de Lima Pedrosa – Banda Thyresis
Dennys Ferreira dos Santos – Show Dennys Anjo
Diego Giordano da Silva – Banda Emboscada
Diógenes Ferraz Barbosa Neto – Mafiota
Diogo dos Santos Oliveira - Banda Clichê Vanguarda
Edilton Machado de Melo – Didi Machado – MPB Reg
Edísio Francisco Fialho da Silveira – Dida Fialho  - 31 Janeiros com a música
Ednilson Vieira Avelino – Rock Riso (Pão Mofado)
Edson Lincoln de Azevedo – Edson Azevedo: Saudade da Minha Terra
Edvan Soares da Silva – Atitude Urbana
Eliezer Rocha da Silva - Rethrohollics Classic Rock 
Elinaldo Menezes Braga - Naldinho Braga e o Carro de Lata
Emanuel Américo – Banda Anonimato
Erick de Almeida Bezerra – Banda Baluarte
Erivan Gonçalves da Silva – Cantos e Contos do Vale do Gramame
Fabiano Lyra Cavalcanti – Procura-se Fabiano
Fabrizio Soares Cruz – Real Futuro Antigo
Fernando Antonio Fernandes de  Albuquerque – Febuk
Fernando Brito dos Santos – Fernando Sombra e Banda
Filipe Carvalho de Almeida – Banda Ofício 4
Filipe Maia Araújo – Banda Andada 
Francisco Augusto Santos Fernandes  Limeira – Chico Limeira
Francisco Ferreira  Filho Diniz - Francisco Diniz 
Francisco Orniudo Fernandes  Filho – Val Donato e os Carecas
Frank Lourenço da Silva – General Frank e Preta Sam
Gabriel Belo Lyra  e Lima– Versos Livres 
Gabriel Venâncio  dos Santos Caminha – Gabriel Caminha
George Washington Pereira Coutinho – Exodus Reggae Band
Georges Medeiros Bezerra – Banda Big Five
Gérson Carlos de Abrantes Brito – Banda Evoé
Gitana Henrique Pimentel – Gitana Pimentel: Enfim Sós
Glênio Leitão Marques  Filho – Banda Viadutra
Guilardo Jacinto de Azevedo Lima – Guilardo Lima
Guilherme de Oliveira Delgado Filho – Banda Sem Horas 
Guilherme de Souza Alves - Dj Guirraiz e a Música do Povo
Gustavo Henrique Pinho de Lima – Grupo Família Z/O
Haniel da Silva Carvalho – Banda Flor de Caroá
Henrique Martins de Ornellas – Filhos de Capitais
Igor Gadelha Pereira – Dalva Suada
Ilma Leodegário  da Cruz- Arautos Profanos 
Isaac José da Silva Nascimento –  Amigos do Forró
Israel Rêmora Pereira de Aguiar Mendes – Metacrose
Ivanildo Severino da Silva – Varadouro Groove Orquestra 
Izaura Raquel Bittencourt Rezende Lomanto – Zau Rezende
Jailson Martins dos Santos – Trio Agudos do Forró
Jansen de Carvalho Gomes – Os Reis da Cocada Preta
Jean da Silva Peixoto – Banda Filé de Merluza
Jeovan Cordeiro de Moraes – Geovan Moraes
Jhaellynna Aparecida da Silva (Kalyne Silva) – Afronordestinas
Joab Dantas – No Resfulego da Sanfona
João Gomes de Araújo (Bombinha) – As Flores São Felizes
João Jéffirson Domingos  dos Santos – Rastamen Reggae Band
João Machado de Araújo – Forró Ripa na Chulipa
Joás de Brito Gomes Sobrinho – Baticumlata
Josemar da Silva Santos – Tribo Ras
Jonas Epifânio dos Santos Neto - Tô na Rede.
José Carlos Bezerra Campos – Carlito e a Matéria Orgânica
José Carlos de Oliveira Vasconcelos – Manirvas Nucleares
José de Arimatéia  da Silva Filho - Banda Equilíbrio Cósmico
José de Góes Silva  Junior - Mobiê
José Eduardo do Nascimento Silva - Banda Sob Aviso
José Honorato da Silva - Nascido no Mato 
José Marques de Melo – Banda Ozorno
José Roberto da Paixão – Banda Mega Show 
José Ronaldo Rodrigues de Araújo Junior – Festival Rock 4 x 4 
Josil da Silva Lima - Os Três do Norte 
Juraci Régis de Lucena – Receita de Saudade
Kadniel do Nascimento – Sou Karma
Kauê Franke – Banda Joeniña
Lawrence Vinicius da Silva Pereira - Comedores de Lixo
Leonardo Thomas dos Santos – Dj Leo Thomas
Lourival Carneiro Teles Araújo – Ditelles de Araújo
Lucas Dourado Vasconcelos – Show Zero Setenta e Cinco
Lucas Emanuel de Carvalho – Banda Goreth
Luis Umberto Ferreira Junior – Pura Raiz – Samba da Paraíba
Luiz Carlos Barbosa Ângelo – The Show Mam
Luiz Carlos  Lucas Salles – Gestos
Magaly de Fátima Nunes Santana – Oitavas do Choro
Márcio Fábio da Silva Melo – Harpyah: Noite do Metal
Marcus Vinicius  Machado do Nascimento – Conclave
Maria das graças Rios Garza – Mariana Gypsy
Maria das Graças Telles – Gracinha Telles
Maria Eleanora Trevas Falcone - Pedaço Do Sol
Maria Gabriela Cavalcanti Villar - Tom do Samba
Marina Pessoa Gomes Oliveira - Banda Brasis
Markel da Trindade Barreto – Colheita dos Tempos 
Mauricio Miranda da Silva – Fases da Lua
Meire Lima – Meire Lima – Canções que eu quis pra mim
Nayá Ayres Lombardi Barbosa  – Nayá Roots
Olga Verônica Alves de Oliveira – Batuque de Saia
Orlando Belarmino da Silva – No Escuro
Pablo Giorgio Costa de Souza Lima – Squizopop
Pablo Pessoa de Miranda Lima – Banda Invéxis
Antonio de Pádua Cavalcanti - Pádua Belmont – A Emoção das Canções
Patrícia Guimarães Moreira – Patrícia Moreira Acústico
Pedro Daniel De Carli – Trem das Onze
Pedro Dantas Palmeira Guimarães – Banda Hazamat
Petrônio Freire da Silva Filho - Banda Arupemba
Polyana Resende Maia – Polyana Resende
Poty Holanda de Lucena Junior – Choro Nordestino
Raoni Tavares Barbosa – Escape Erudito Interpreta Compositores Paraibanos
Renato Guimarães Almeida – Uskba
Ricardo Brito Rodrigues – Ricardo Brito e grupo Mixtureba
Rieg Michael Erich Wasaro Rodig - Rieg
Rinah de Araújo Solto  – À Solta
Rinaldo Vitorino de Feitas – Violão Brasileiro
Roberta Neves Amaral – Roberta Amaral 
Roberto Moraes Cavalcante Junior – Atômico MC
Robson Luís Dantas da Silva – Robson e Tercina Plug
Rodolfo de Oliveira Marques – Um Noite de Rock
Romeu dos Santos Soares – Os Gêmeos do Forró
Ronyelly Diniz Correia dos Santos – Banda Disacusia
Rubem Ferreira Cacho - Dead Nomads 
Rudá Barreto Vieira - Pôr do Som
Salvador Di Alcântara – Rossini Ferreira: um Bandolim Pernambucano
Samyr Rathge Santana – Bolso Furado
Sérgio Ricardo da Silva – Nuvens Psicodélicas
Sinfronio de Assis Correia Lima – Banda Omelete
Stepphan Thomas Buhler – Néctar do Groove
Tacianne Katiuska Feitosa da Silva – Banda Anexo
Tonny Alves de Lira – Sex on the Beach
Vinicius De Lucena Fernandes- Violão Brasileiro
Wagner Luiz dos Santos Malta – Wagner Malta
Wellington Inácio da Silva – Chameguinho do Forró
Wellington Xavier dos Santos – Forrofiando
Wênia Xavier de Medeiros – Grupo Percussons
Werlainy de Jesus Oliveira Lopes – Werlainy Lopes e o Forró Apimentado
Wilame Correia de Araújo– Trio Motirõ  
Will Cláudio Gomes de Morais – Yuri e o Will
Wladimir Van Dijck – Banda Autopista
Yasmin Natália Santos do Nascimento - Banda Trêmulos
Yuri Serra da Cunha – Pertinaz

CULTURA POPULAR
Alexandre Patrício Lopes da Costa – Afoxé Ya Sobha
Allan Amâncio da Silva – Escola de Samba Pavão de Ouro
Anna Karoline Santos de Carvalho – Show Folclórico Indo e Voltando
Antonio Morques de Souza – Tribo Guanabara
Antonio Toscano de Brito – Cambindas Brilhantes de Lucena
Armando Avelino Menezes – Curió de Bela Rosa e Zezinho da Borborema
Charles Aníbal Brandão dos Prazeres – Mestre Brown e os Batuqueiros do Mangue
Cibele Cristina Almeida dos Santos – Escola de Capoeira Afro Nagô
Clébio Martins Bezerra (Mestre Clébio) – Babaus Falantes 
Clóvis Martins Bezerra (Mestre Clóvis) – O Babau da Paraíba
Edite José da Silva – Caiana dos Crioulos
Ednaldo Barbosa de Lima – Lapinha Menino Deus
Francisco de Assis Lopes da Silva – Grupo Raízes
Getúlio Ferreira de Azevedo -  Urso Panda
Giselda Elias dos Santos Oliveira – Lapinha São Sebastião 
Heraldo Alves Santiago (Pindoba) – Tribo Indígena Africanos 
Humberto Andrade – Piratas de Jaguaribe
Inaldo Campos – Bandeirantes da Torre
Inaldo Ferreira de Lima – Orquestra de Berimbaus
João Antonio do Nascimento Pereira (João do Boi) – Cavalo Marinho
Infantil do Mestre João do Boi
João do Nascimento Ferreira – Cirandeiros do Vale do Gramame
João Paulo Bento – Brasil em Prosa
José Antonio da Silva – Urso Canibal
José Antonio Vieira Pinto – Urso Folião
José Barbosa do Nascimento – Zezinho Batista
José Carlos Pereira da Silva – Escola de Samba Independentes de Mandacaru
José da Penha de Oliveira – Tribo Indígena Xavantes
José Fernando de Oliveira – Cavalo Marinho de Bayeux
José Ferreira de Araújo (Mestre Carbureto) – Ciranda dos Tupinambás
José Maciel de Souza – Lapinha Jesus de Nazaré
José Maria Gomes de Arruda – Lavandeira e Lindalva
José Pedro Fernandes - Baixinho do Pandeiro
José Pedro Filho – Quadrilha Junina Sanfona Branca
Josélia Pereira da Silva – Paratibe em Ação
Luiz Marinho dos Santos – O Babau 
Luiz Pereira da Silva – Tribo Indígena Flecha Negra
Manoel Pedro das Neves – Ciranda do Sol
Manoel Adelino da Silva – Tribo Tupy Guanabara
Marcos Antonio dos Santos (Boanerges) – Ciganos do Esplanada
Maria da Penha dos Anjos Nascimento - Penha Cirandeira
Maria de Lourdes Farias Lima – Berimbaus e Tambores: batidas de Liberdade e Ecos da Paz
Maria José de Souza Farias - Odete de Pilar
Maristela Monteiro Gomes Viana - Nau Catarineta Feminina
Marivaldo Raimundo dos Anjos Gonçalves – Marivaldo dos Anjos
Pedro Acelino de Lima – Seu Cícero Aboiador
Romero Batista Néry da Silva - Escola de Samba Malandros do Morro
Rosineide Macena de Moura – Tribo Indígena Tupy Guarani
Sebastião Figueiredo Alcântara – Tribo Indígena Tabajaras
Sílvio Santiago da Silva – G. R. E. S.  Mirasol
Terezinha da Silva Carneiro – Coco de Roda e Ciranda do Mestre Benedito Artesanato
Ivanilton José da Silva Junior – Artesanato

AUDIOVISUAL
Elinaldo José  Rodrigues – ME – Mostra  Elinaldo Rodrigues Anos 2000

LITERATURA
Armando Fernandes da Costa
Matteo Ciacchi - Teatrália
Bruno Hercílio - Te Conto na Praça

ARTES INTEGRADAS
Antonio Gomes Pereira Neto
Erick Breno Rodrigues Lima
Rebeca de Menezes Batista

TEATRO E CIRCO
Adriano Bezerra – Expondo as Artes Cênicas II
Elisa Matilde Toledo Todd - Raízes I Poemas Palestinos e Cantos Safardistas
Cláudio Silva de Andrade –Tel Pastel – Circo Imaginário
Coletivo Teatral Ser Tão Teatro – Flor de Macabira
Daniel da Nóbrega Santos – Macbelo
Daniel de Almeida Aires Porpino – A Farsa do Poder
Elias de Lima Lopes – Bonita Maria
Engenho Imaginário Produções Artísticas – Zé Lins – O Pássaro Poeta
Erisvaldo Pedro – A Mala do Mala
Heráclito Cardoso de Oliveira – Cantando Histórias Pelas Praças
João Fernandes do Nascimento – Abra a Mala e Solte o Riso
José Ismar Eugenio Pompeu – Além do Circo 
Kátia  Celyane Farias da Silva – Do Outro Lado da Chuva
Magno França da Silva – Despertando para Eco-cidadania
Pollyana Rios Freitas – Teatro de Bonecos Vovô  Juca
Raquel Kelly Ferreira da Silva – Marque V ou F nos Poemas de Amor
Rosana Figueiredo Pinto -  A Saga da Luz
Trupe Arlequin de Circo  e Teatro – Circo Arlequin
Virginia Iranzi – Papobrinlou - Esfatempou

DANÇA
Adenise Ribeiro da Silva – Ethnotron – Ghetto Experiment – Coletivo Tribo Éthnos
Alessandra Vieira de Mello Pereira - Nau Q Cirandô – Grupo Tap Arretado
Alex Oliveira dos Santos - 3 Pontos – Contexto Cia. de Dança 
Ali Cagliani de Oliveira e Silva - Ponto de Vista – ACena dança 
Beatriz Betcher Chrispim - Pele Flamenca – Cia. Pele Flamenca 
Eliane Rosendo Bento - Alquimia– Anne Mel 
Evelyne Vilhete Antonio de Carvalho - Afrikando 
Itamira Barbosa de Lima - É Tempo de Dançar – Ballet Jovem da Paraíba  
Lília Maranhão Leite Ferreira de Melo - Malaki: As cores da Paixão – Paralelo Cia. de Dança 
Lílian Cristine Farias Alves Barbosa - Foco – Grupo Dança Livre –
Lunay Grupo de Dança – Tribal Brasil – Cia. Lunay 
Poliana Silva de Lima - Encantados – Balé Popular da UFPB 
Rita de Cássia Nóbrega Spinelli Ribeiro - Vital – Cia. Rima de Dança 
Sabrina Siqueira Casado - Morada – Equilíbrio Cia. de Dança 
Sandrelly da Silva Estevão - Novos Tempos Música, Teatro e Dança – Ladyes Dance 
Sérgio Ricardo Silva Aguiar -  Ser Brasileiro/Terra do Sol Madrugador – Grupo de Dança Procê  
Sterphany Oliveira Costa - Do Fogo às Cinzas – Atos Grupo Experimental do Corpo 
Tânia Maria Vieira Oliveira - Grupo Jacoca  
Vanessa Alves Bernardo Fortunato - E-moções – Grupo Vesátil 
Wanderlucio Correia da Silva - Looney Tunes Crew

Reflexão sobre arte e cultura


Pedro Santos
Especial para A União

O clima aprazível e a simpatia da serra brejeira, onde está localizada Areia, compõem o cenário que recebe de 14 a 18 de setembro o 12º Festival de Artes de Areia. Se o charme natural da cidade é uma generosidade a parte, a riqueza da arquitetura colonial completa a acolhedora paisagem.

Em 2011 o Festival completa 35 anos e traz na memória a importância de ter sido palco de grandes debates sobre política, cultura e arte. Desde 1976 passaram por ele grandes nomes como Ferreira Gullar, João Ubaldo Ribeiro, Ziraldo, Jorge Amado, Raul Córdula e Dias Gomes.

No decorrer da história o Festival de Artes de Areia enfrentou alguns percalços. Em 1982, período de crise do regime militar, foi interrompido por se caracterizar como importante espaço de aglutinação política de correntes progressistas. Posteriormente, com o declínio do regime autoritário e a ascensão do Estado democrático, o festival sofreu com a descontinuidade, sendo retomado apenas 1998. O resultado da ausência de linearidade reflete hoje na discrepância entre a sua idade e o número de edições.

O desafio de reativar o Festival e alçá-lo novamente ao cenário cultural do Nordeste está a cargo da recém-criada Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Para garantir uma programação artística que represente a produção cultural da Paraíba, a jovem equipe da Secult se debruçou no trabalho de pesquisa e produção. Além do campo artístico, há também um olhar especial lançado aos debates promovidos pelo festival, com a participação de teóricos, artistas e intelectuais paraibanos.

O secretário da Cultura, Chico César, explica que a intenção de compor uma programação inteiramente paraibana é justificada no desejo de reconhecer a produção local. “O Festival volta-se para o umbigo do Estado não com o objetivo de fechar-se em si, mas de efetivamente conhecer-se, oportunizando mostrar o que é que a Paraíba tem”. Para ele, durante os cinco dias o público será convidado a debater as interfaces da cultura paraibana, o conceito de ‘paraibanidade’ e a busca pela afirmação da auto-estima do povo da Paraíba.

Ao todo estão programadas 70 atividades ligadas às áreas de música, dança, audiovisual, teatro, circo, literatura, artes plásticas e arte popular. Para garantir o acesso dos moradores de Areia aos espaços do festival e possibilitar aos visitantes a oportunidade de conhecer a cidade, a produção distribuiu as atividades em dez espaços espalhados pelo município.

Com a descentralização dos espaços o participante poderá, por exemplo, participar pela manhã da oficina de Clown, com o ator Luis Carlos Vasconcelos, no circo montado na cidade; durante a tarde acompanhar um debate com a atriz Mayana Neiva, no Colégio Santa Rita; e a noite conferir a apresentação do Quinteto da Paraíba, na Igreja do Rosário. Dentro da programação estão previstas as participações de Cátia de França, Zé Ramalho, Caiana dos Crioulos, Ariano Suassuna, Reisado de Zabelê, Jessier Quirino, Grupo Bigorna, Fernanda Cabral, Companhia Lunay, Genival Lacerda, Tribo Ethnos e Palhaço Chuchu.

Além compor uma programação exclusivamente paraibana, este ano o Festival de Artes de Areia presta homenagem a sete artistas da Paraíba. A decisão do Governo pretende reverenciar os artistas que contribuem com o desenvolvimento da cultura paraibana em diferentes áreas. Serão homenageados o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, na literatura; o palhaço Major Palito, no circo; o bailarino e coreógrafo José Enoch, na dança; o cantor e compositor Genival Lacerda, na música; o ator e diretor Fernando Teixeira, no teatro; o artista plástico Hermano José, nas artes plásticas; e a cineasta Vânia Perazzo, no cinema.

A realização do Festival de Artes de Areia segue as políticas adotadas pela Secult que visam descentralizar as ações governamentais e democratizar o acesso às artes e aos bens culturais da Paraíba. A programação completa do Festival será lançada no início de setembro, período em que também está previsto o lançado o site do evento.

Matéria publicada no jornal A União, em 21 de agosto de 2011.
Veja em: http://issuu.com/auniao/docs/jornal_em_pdf_21-08-11/17

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Não esmoreçam, camaradas!

Não esmoreçam, camaradas!

(Editorial da revista chilena Punto Final, traduzido pelo blog A Lógica das Coisas)

A proposta entregue pelo ministro da Educação, Felipe Bulnes Serrano, aos estudantes universitários e secundaristas e ao Conselho de Professores gerou frustração e indignação. Esperava-se muito mais. Esperava-se um documento que estivesse à altura da magnitude e complexidade do problema e que tivesse o cuidado de tratá-lo a fundo, para iniciar a verdadeira revolução que precisa o engessado e antidemocrático sistema educacional chileno.

Mas não foi assim. O governo se quer tentou se situar além dos seus compromissos ideológicos e dos interesses econômicos que representa para assumir o papel de controle da Nação e a visão de futuro que clama a maioria do país que apóia o movimento estudantil. Preferiu deixar as coisas como estavam antes da mudança de governo e agora está atolado até o pescoço no pântano que a cada dia se encontra mais denso com a incorporação de vários movimentos aderindo ao protesto liderado pelos estudantes.

Perdendo a oportunidade de enfrentar de uma vez por todas um problema que se transformou em insolúvel tanto para os governos progressistas como de direita, o ministro Bulnes preferiu propor esboços de soluções em alguns temas e ignorar outros que são substanciais nas demandas dos estudantes. Como de costume, se tentar levantar falsas expectativas recorrendo aos princípios constitucionais que, pela longa experiência, permanecerão apenas no papel. Enquanto isso, vão se esquivando das exigências específicas dos jovens universitários e secundaristas

As mobilizações de estudantes e professores – que têm atraído o apoio de milhões de cidadãos – estão alcançando o ápice da tensão. Foi anunciada uma paralisação nacional para o dia 9 de agosto, que sem dúvida terá o apoio de uma multidão (como de fato teve).

Em vez de compreender e ecoar o protesto nacional por uma educação pública e gratuita, a intenção do governo tenta desgastar o movimento estudantil para deter a crescente revolta social desencadeada pela luta estudantil. A proposta do ministro da Educação trata de “emborraachar la perdiz” (quando há a intenção de confundir ou ludibriar), adotando um jogo politiqueiro para derrotar os estudantes na mesa de negociações e promover os conflitos nas ruas.

Pautas como eliminar o lucro na educação e federalizar os colégios em contraponto ao monopólio da educação pública caíram em ouvidos surdos. Também foi ignorada a utilização da reforma tributária e a estatização do cobre como fontes de financiamento para uma política educacional que inicie uma transformação igualitária em benefício, sobretudo, dos setores mais pobres.

A proposta do governo sequer pontuou estes temas. Até mesmos os grandes empresários – num evidente oportunismo – declararam estarem dispostos a considerar uma reforma tributária dado o objetivo maior que se busca. Os quatro bilhões de dólares que o governo destinou a educação chilena em seis anos (aproximadamente 650 milhões por ano) são insuficientes para um sistema que abarca da educação pré-escolar a formação superior, incluindo a educação técnica que se encontra em estado terminal. Embora reconheça a necessidade de um financiamento adicional ao montante citado, o ministro Bulnes alegou que o governo não pode acessar o financiamento, pondo em risco metas prioritárias na educação, moradia e combate a pobreza. O argumento é ludibrioso. Exatamente porque existem outras urgências, é necessária uma reforma tributária com tributação efetiva sobre os rendimentos das multinacionais exploradoras de cobra para atender necessidades vitais como educação, extrema pobreza, saúde e moradia, particularmente nas zonas afetadas pelo terremoto.

O governo busca saídas usando medidas de contensão aos protestos estudantis e lançando promessas e declarações de intenções que remetem ao esquema imposto pela ditadura militar que converteu a educação em um “bem de consumo”, como bem afirmou o presidente da República num “deslize de sinceridade”.

A resposta do governo aos estudantes está repleta de declarações sem nenhuma relevância. O que tem de relevante, por exemplo, elevar ao patamar de “norma constitucional” o direito a uma educação de qualidade respaldada pelo Estado? Tem algum efeito o fato da educação figurar como obrigação preferencial do Estado nos incisos 10 e 11 do artigo 19º da Constituição importa por Pinochet? Da mesma forma, de que serve afirmar que a educação não tem fins lucrativos se na prática não funciona?

Vários mecanismos que agora se propõem (Subsecretaria de Educação Superior e Superintendência) pretendem fiscalizar os agentes privados que participam do sistema educacional. Trata-se de uma fiscalização no mínimo perigosa, por que quem fiscalizará os fiscalizadores?

As práticas de corrupção através das bolsas de estudos destinadas aos donos de colégios aprovados pelo Ministério da Educação, observadas nos governos progressistas e de direita, chegaram ao ponto de ignorar as penalidades que deveriam ser aplicadas para aqueles que violaram a lei prestando maus serviços, aprovando alunos através de fraudes, deixando de pagar os professores, etc.

Na verdade o objetivo dos donos dos colégios é o lucro e por isso lhes interessa pagar menos possível aos professores e gastar o mínimo como os alunos para se apropriar do resto da subvenção repassada pelo Estado. Não há garantias de que estas práticas detestáveis deixem de acontecer, muito menos que a redução dos juros do crédito concedido pelo Estado aos estudantes – que cairia de 7% para 4% - vai resolver o fardo das famílias, que seguirão fazendo milagres para custear uma educação medíocre ou simplesmente ruim, considerada uma das mais caras do mundo.

A proposta do governo aos estudantes, em síntese, só busca ganhar tempo, desmobilizar as pressões das mobilizações de rua e isolar os estudantes; ou, eventualmente, abrir negociações que se prolongariam indefinidamente.

A proposta foi avaliada por estudantes e professores. As decisões que eles tomarem com autonomia devem ser respeitas. A independência dos movimentos sociais se encontra ameaçada por setores políticos desprestigiados, “especialistas em pescar em rio revolto”. Sob os estudantes e professores recai a responsabilidade que se utilizem do movimento para fins menores, alheios aos seus interesses e aspirações. Essa responsabilidade deve ser assumida sem as interferências nem tutelas de possíveis oportunistas partidários. As exigências dos jovens estudantes, que conseguiram acumular uma grande força vigorosa e pacífica, criativa e dotada de um profundo discernimento acerca da necessidade de um futuro democrático para nação, devem ser atendidas pelo governo. A magnitude alcançada pela revolta popular – e em particular estudantil – merece soluções transversais e históricas, sem remendos nem politicagem como as oferecidas pelo Palácio de La Moneda e o parlamento.

Da luta dos estudantes – fazendo uso de seus direitos como cidadãos – provém à possibilidade de abrir espaços para as reivindicações democráticas que o povo anseia há anos. Os jovens – que se imaginava não estar “nem aí” – estão dando uma lição de civismo. A revolta social contra a desigualdade e injustiça estava latente no âmago da sociedade chilena e agora se manifesta diariamente de forma pacífica e valente.

Esse sentimento que diz basta a injustiça se aglutina em torno do movimento estudantil e sua defesa por uma educação pública. É notável o temor que a revolta social provoca nos senhores deste país, em seus meios de comunicação, em seus parlamentares, em seus ministros... Há muitos anos as classes dominantes do Chile e seus privilégios não eram postos em xeque e seu poder contestado por tantos setores populares. Esse feito foi conseguido pelos estudantes. O resto do país os agradece e apóia.

Não esmoreçam, camaradas!

Revista Punto Final

Editorial de “Punto Final”, edición Nº 739, 5 de agosto, 2011

Versão original: http://www.puntofinal.cl/739/editorial739.php

quarta-feira, 20 de abril de 2011

SOBRE A FALSA POLÊMICA DO ‘FORRÓ DE PLÁSTICO’

Quando o governador Ricardo Coutinho criou a Secretaria de Estado da Cultura, há quatro meses, iniciava na Paraíba a implantação de políticas culturais legadas de suas gestões enquanto prefeito de João Pessoa e, além da bagagem acumulada, trouxe também reivindicações da classe artística expressas nos “40 pontos para a cultura”.

Para organizar a pasta recém-criada, Ricardo convidou o cantor e compositor Chico César, de Catolé do Rocha, com o qual já havia trabalhado na gestão cultural da Capital. A missão do primeiro secretário da Cultura estava dada: implantar na Paraíba uma política cultural de valorização das tradições populares, o diálogo com as referências da identidade do povo, a reativação dos festivais de arte, a interação com os fóruns representativos e o apoio ao processo criativo dos artistas da terra.

Segundo o governo, as iniciativas buscam – enquanto políticas públicas – difundir e apoiar as expressões artísticas características da Paraíba que não integram o mercado e a indústria cultural, e por conta disso são raramente pautadas pelos meios de comunicação ou inseridas nas programações das rádios comerciais do Estado.

Pela proximidade do período junino Chico César foi indagado por jornalistas sobre o apoio do governo estadual aos festejos municipais e respondeu enfaticamente ao dizer que, de acordo com a política cultural do governo, os municípios serão apoiados desde que apresentem melhorias no Índice de Desenvolvimento Humano, criem seus Sistemas Municipais de Cultura e integrem em suas programações os artistas e manifestações da cultura tradicional.

Cobrar contrapartidas dos municípios demonstra a idéia do governo em evitar o apoio de forma paternalista e assistencialista, superfaturando cachês e priorizando determinadas atrações em detrimento da possibilidade de contratação de dezenas de outros artistas da Paraíba

Ainda durante a mesma entrevista o secretário ressaltou que o Estado não pretende pagar os altos cachês de bandas e grupos que integram o mercado e a indústria cultural instalada no Nordeste, que tem como carro chefe o forró eletrônico. Na visão de Chico, estas manifestações não necessitam de apoio estatal para difundir seu trabalho, já que integram 95% da programação das rádios paraibanas e têm um mercado consolidado na região.

A partir da declaração, parte da imprensa paraibana repercutiu apenas um fragmento da fala, colocando o secretário na posição de que não apoiaria tais grupos. A negligência na divulgação da fala na íntegra gerou uma falsa polêmica que durante alguns dias pautou jornais, rádios, televisões e portais, que acusaram o Secretário de discriminar determinados estilos musicais.

O fato gerou inquietação do público desse segmento musical que suscitou a possibilidade de esvaziamento dos grandes eventos juninos da Paraíba, a exemplo do “Maior São João do Mundo”, em Campina Grande. Por isso, é preciso esclarecer que a programação dos festejos juninos de Campina Grande não depende dos recursos do Governo Estadual, portanto a decisão do governo não impedirá a contratação de tais grupos. Ao contrário do que se tenta imputar, cabe ao município – e não ao Estado – arcar com as despesas na contratação de bandas e artistas.

Para esclarecer e pôr fim ao intenso debate, o secretário publicou em nota que a intenção do Governo não é menosprezar artistas e estilos consagrados pela grande mídia, mas propor a ascensão da cultura tradicional, esmagada e dilacerada por um mercado sedento pelo lucro e sem comprometimento social.

Observado esse contexto prejudicial às manifestações da cultura tradicional, coube ao Estado o papel de propor políticas públicas no sentido de valorizar a rica cultura popular paraibana enquanto referência da identidade da população, necessária para a edificação de uma sociedade rica em valores, tradições e arte.